Inteligência Espiritual – A Competência que Faz a Diferença
As corporações, sempre comprometidas com melhores resultados, se servem de metas e estratégias arrojadas. Para acompanhar o ritmo buscam profissionais com perfis capazes de inspirar e influenciar positivamente outros para a ação, bem como a eles mesmos. Afinal as mudanças nas organizações são constantes e os profissionais são postos à prova, sempre!
As empresas querem que os profissionais sejam capazes de agir com qualidade, eficácia, que superem desafios, independente de ambientes turbulentos ou estáveis. Porém, como adquirir experiências e competências para se sobressair em circunstâncias imprevistas e de forte pressão dentro das organizações e na família, ou seja, na vida? Este é o desafio da humanidade.
Dada a importância das pesquisas sobre as inteligências na evolução da humanidade, em 2000, a física e filósofa norte-americana, Danah Zohar, em parceria com o psiquiatra Ian Marshal publicaram o livro “QS – Inteligência Espiritual”.
Segundo os autores, a Inteligência Espiritual (IE) é a base para que as demais inteligências – intelectual, emocional -, operem de modo mais eficiente, tornando o ser humano uma pessoa espiritualizada e mais preparada para a evolução humana.
Vários pesquisadores
afirmam que pessoas com Inteligência Espiritual desenvolvida são consideradas espiritualizadas, vibrantes e conseguem ressoar seu entusiasmo – independente da posição social. Obtendo a excelência não somente por meio de técnicas, dinamismo e inteligência, mas pela capacidade de estabelecer conexão emocional com os outros. Utilizando suas habilidades de inteligência espiritual, como empatia, assertividade e autoconfiança.
Devemos nos valer destas ricas informações para desenvolver e/ou aperfeiçoar cada vez mais a competência da inteligência espiritual, utilizando-a no trabalho, na família e na sociedade.
Exemplos de pessoas espiritualizadas
Ao longo da existência humana surgiram grandes líderes com alto grau de inteligência espiritual. Entre eles: Gandhi, Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Dalai Lama, Princesa Daiana, Ayrton Senna, Betinho, entre tantos outros.
Nos exemplos abaixo destacamos a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Afinal, não sei qual a religião (se é que eram religiosos) de José Herbert de Souza – o Betinho, Nelson Mandela e a Princesa Daiana. Mas sei que servem como exemplos de alto grau de inteligência espiritual.
Betinho, por exemplo, era sociólogo e foi um transformador nas lutas sociais e políticas. Ampliou a democracia, justiça social e levantou a bandeira do humanismo. Publicou diversos livros, artigos, denunciou a exclusão social, concentração de renda e controle político. Hemofílico, contraiu o vírus da AIDS em uma das inúmeras transfusões de sangue a que fora obrigado a se submeter. Sua luta pelo direito à vida dos portadores de HIV/AIDS transcendeu o pessoal, chegou à esfera social, resultando em uma verdadeira batalha a favor da defesa da dignidade humana.
Em vida, foi uma figura humana notável, respeitada. Realizou magníficos projetos para a valorização da solidariedade e dos direitos humanos em uma sociedade tão injusta. E se destacou com a Campanha do “Natal sem Fome”, que perdura até hoje. Depois de sua partida em agosto de 1997, deixou saudades e a certeza de que com vontade, coragem, atitude, luta e perseverança, todas as pessoas podem colaborar para melhorar o mundo hoje e sempre. Basta querer!
Outro grande exemplo
…independente de religião, foi JESUS Cristo, considerado por muitos no mundo inteiro como o maior líder de todos os tempos.
Ele nos dá exemplo de valores como integridade, honestidade, responsabilidade, compaixão, respeito, coragem. E continua sendo citado como o maior exemplo que a humanidade já teve. Foi e é através dos ensinos de JESUS que as pessoas se sentem confortáveis diante das incertezas e adversidades da vida.
São vários os exemplos de líderes com Inteligência Espiritual em alto grau de evolução e que não caberiam ser citados neste artigo. Mas quero despertar em você, leitor, o interesse em observar e identificar nas lideranças das organizações, dos países, principalmente o nosso, pessoas que possuem inteligência espiritual. Incluindo-se é claro, para saber como está o seu grau de espiritualidade.
Atitudes de uma pessoa espiritualizada
Identifica-se uma pessoa espiritualizada praticamente por suas palavras e atitudes que condizem com suas ações no cotidiano. No geral, são pessoas que distinguem a diferença entre religiosidade e espiritualidade. Não polemizam sobre crenças, dogmas, valores e religião, com pessoas cujas opiniões sobre estes assuntos são radicais e que normalmente querem impor suas crenças como pura verdade.
Em suma, existem muitos espiritualistas que não são religiosos, como existem muitos religiosos que não são espiritualistas. Parabéns aos religiosos que são espiritualistas e vice versa!
Em várias organizações há muitos profissionais com inteligência espiritual, inclusive em grau evoluído, mas que têm dificuldade em aplicá-lo totalmente no cotidiano.
Existem empresas que ainda não priorizam a Inteligência Espiritual como uma importante competência a ser desenvolvida e/ou aperfeiçoada na liderança e inclusa no planejamento estratégico de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) a curto, médio e longo prazo de seus profissionais.
Todo ser humano pode ser espiritualista?
Há pessoas que já nascem com esta competência, o que a torna um ser humano diferenciado.Ppodendo se destacar na história da humanidade, como os exemplos citados anteriormente.
Para quem não a possui, ela pode ser desenvolvida em sua grande maioria, mas acredito que infelizmente nem todas as pessoas conseguirão. Pois o caminho não é tão simples, transcende o conhecimento técnico e sua importância no convívio com as pessoas e com a sociedade.
Para ser Espiritualista é preciso entrar em contato com seu eu interior, rever atitudes, comportamentos, palavras e principalmente, encontrar um canal direto com seu “deus interior”. A partir da autorreflexão da competência intrapessoal ter consciência da importância da busca constante do equilíbrio entre a base das três inteligências: Intelectual, Emocional e Espiritual, e as demais Inteligências. O autoconhecimento e o desenvolvimento são constantes e de responsabilidade de cada ser humano.
Indo mais além, uma quadrilha de criminosos, pedófilos, estupradores, políticos corruptos e os famosos criminosos de “colarinhos brancos”, entre tantos absurdos que vemos e ouvimos, até encontramos muitos religiosos, mas infelizmente, que não são espiritualistas.
Enfim, é desejo da humanidade que eles um dia se arrependam de seus atos, paguem através da justiça por seus crimes. E posteriormente, por suas novas atitudes, se merecedoras, e desenvolvam a espiritualidade.
Apesar da importância dos estudos e pesquisas realizados na década de 90 sobre Inteligência Espiritual ainda é escasso o número de pessoas escrevendo sobre sua importância na vida, nas empresas e na sociedade.
Nos últimos anos
em vários treinamentos de liderança e desenvolvimento de equipes de altaperformance tenho inserido essa competência espiritual, auxiliando as pessoas a desenvolverem cada vez mais sua espiritualidade.
Acredito que a década em que vivemos atualmente, seja o marco de divulgação e valorização da inteligência espiritual como uma competência essencial dentro das organizações, da família e da sociedade.
Ainda há muito que escrever sobre o assunto e por este motivo venho pesquisando desde 2002, incluindo entrevistas com espiritualistas, religiosos, leituras, reuniões com grupos de interesse sobre o tema. Entre outros estudos sobre a importância desta competência nas organizações e para evolução da humanidade.
Em 2007 compilei alguns conteúdos e escrevi o artigo: Inteligência Espiritual nos Negócios – O diferencial para o Futuro das Organizações.
Abaixo o link do artigo
O artigo tem ótima receptividade e periodicamente recebo elogios, inclusive o mesmo chamou atenção do Sr. Alexandre Peconick – Editor Executivo da NEWSLET, uma revista direcionada basicamente aos profissionais de Recursos Humanos, educadores, profissionais liberais e candidatos em processos seletivos.
Alexandre me convidou para conceder uma entrevista especial sobre o tema, ressaltando a importância da Competência Inteligência Espiritual no perfil do profissional de alta performance e sua disseminação dentro das Organizações.
A entrevista foi muito bem elaborada e redigida, contendo quatro páginas com valiosas dicas para o desenvolvimento da nova competência nº 1 do mercado.
Foi publicada na edição do mês de agosto de 2010, com o tema:
ATUALIDADE E TENDÊNCIA
Inteligência Espiritual…
já faz a diferença para o futuro das organizações – por Alexandre Peconick