Experiência Pessoal
Como escritora já escrevi dezenas de artigos sobre vários assuntos correlatos a minha área de atuação e agora relato uma experiência pessoal que foi muito impactante. Acho importante compartilhar meu case ao ser contaminada pelo Covid-19, onde infelizmente tive problemas de 25% com comprometimentos pulmonares e fiquei internada por 4 dias.
Sem comorbidade
Em outubro de 2020 fiz um check-up completo, estava tudo bem com a minha saúde e não tenho nenhuma comorbidade. Exceto uns 7 quilos que ganhei durante a quarentena, onde parei de frequentar a academia, mas mantive as caminhadas regulares.
11 casos na família
Ao todo, tivemos 11 casos de Covid-19 na minha família em 4 pontos diferentes após o Natal e eu fui a 6ª a ser detectada positivo em 05.01.2021. Meu primeiro sintoma foi perder o olfato em 02.01, onde no dia 03 passei por uma consulta médica, fiz o teste, foi medicada e orientada que deveria me cuidar em casa.
Durante as duas próximas noites senti muitos calafrios e febres intermitentes de até 38,5, no qual fiquei muito preocupada. No 3º dia saiu o resultado positivo e achei melhor voltar ao médico para avaliar a febre, pois me parecia faltar o ar e meu nível de oxigênio (saturação) estava oscilando entre 90 a 94.
Ao passar pela consulta foi solicitado o exame Gasometria Arterial e uma Tomografia dos pulmões. Infelizmente os resultados detectaram um ataque do vírus nos pulmões e com 25% de comprometimento dos mesmos. Portanto, a internação foi necessária e tive que usar um cateter para respirar por dois dias.
Foram 4 dias intermináveis, pois existia riscos de afetar outros órgãos além dos pulmões e o quadro poderia se agravar a qualquer momento. Portanto, passei momentos de pânicos, insônias e muito medo com um vírus que poderia reagir de diversas maneiras.
Dificuldades de acesso venoso
Nunca fui internada anteriormente e tive um agravante de muitas dificuldades para as enfermeiras encontrarem uma boa veia para eu receber os medicamentos. Infelizmente no 2º dia perdi o acesso e isso me deixou ainda mais tensa, pois estava com hematomas e muito medo de perder novamente o acesso. Tais tensões somadas ao medo do agravamento do quadro, foi difícil passar os dias, e principalmente, dormir.
A importância da fé e energias positivas
Sou Cristã e uma pessoa muita otimista. E com muitas orações e pensamentos positivos eu consegui manter meu nível de energias e trabalhar o meu emocional. Tais sentimentos interligados contribuíram para eu focar nos exercícios respiratórios e na minha recuperação.
Outros Cases
Comentei que iria escrever um artigo e pude ouvir sete cases diferentes de enfermeiros e médicos que tiveram o Covid-19 e compartilharam suas experiências comigo. Além dos 11 casos na minha família, em 4 pontos diferentes de contágios ao longo de 20 dias. Os demais familiares recuperaram-se em casa, com tratamentos imediatos a base de medicamentos prescritos por médicos, logo após os primeiros sintomas.
Ressalto que não aglomeramos pessoas na minha família no Natal e Ano Novo e estávamos respeitamos as regras de prevenção. Principalmente, porque tenho um irmão, Claudinei Ribeiro, que tem Síndrome de Down e sempre redobramos os cuidados na casa onde ele mora para protegê-lo. Gratidão imensa a Deus, pois ele teve contato com 4 pessoas que pegaram o Covid-19 e pela grandiosa proteção divina, ele não foi contaminado. Amém!
Venci o Covid-19
Graças à Deus depois de 4 dias internada fui para casa, onde continuei tomando os medicamentos por alguns dias e fazendo os exercícios respiratórios, que deve perdurar por alguns meses. A recuperação pulmonar é progressiva e a evolução depende de cada organismo. Hoje 22/01, já voltei as minhas atividades de trabalho no início da semana e continuo muito confiante que a minha recuperação será plena nos próximos meses.
Sistema de Saúde em Colapso
Mesmo eu tendo um bom convênio médico com cobertura nacional, isso não me garantiu um atendimento com menos de 8h de espera no Hospital Madre Theodora, em Campinas. Cheguei ao hospital as 18h, fui atendida por volta das 20h, internada às 23h e somente medicada às 2h da madrugada. Ufa!!! Foram mais de 8 horas de angústia até eu ser medicada. Afinal, o vírus poderia se propagar e afetar outros órgãos, além dos pulmões. Portanto, eu pude sentir na “pele” como o sistema de saúde está sobrecarregado, onde faltam macas, profissionais, médicos, leitos, entre outros recursos fundamentais para agilizar os atendimentos, e principalmente, salvar VIDAS.
ALERTA!
Reforcem os cuidados com as prevenções, usem máscaras e cuidem uns dos outros, tanto em casa, como no trabalho, ou quando saírem para as compras e etc. Afinal, o contágio é rápido, pode vir em cascata e em uma velocidade assustadora. Portanto, espero que este artigo sirva como mais um alerta de que o vírus não é brincadeira, e principalmente, não escolhe suas vítimas! Cuidem-se!
Finalizo este artigo com uma gratidão imensa pela minha VIDA e que Deus continue nos protegendo.
Com carinho, Helena Ribeiro.