Razão Humana em Destaque no Jornal – O Estado de São Paulo
Eles são empresários…
têm mais de 30 anos, levam uma vida assumidamente sedentária, mas, ainda assim, decidiram aceitar um desafio. Passaram um fim de semana em Brotas, no interior do Estado, participando de um treinamento de liderança. Praticando esportes de aventura como rapel e rafting, que somaram os conteúdos analógicos aplicados pela Consultora Helena Ribeiro.
O objetivo da missão foi realizar um treinamento empresarial diferenciado para trabalhar questões como cooperação, estratégia e liderança. Os “heróis” foram um grupo de sócios da empresa Transforça, uma terceirizada da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), criada há apenas um ano, além de dois profissionais liberais.
O faturamento da empresa deve chegar a R$ 600 mil, mas o grupo procurava um diferencial para mostrar seu trabalho no mercado. “Até um ano atrás, nenhum de nós era empresário”, explica o presidente João Batista Ribeiro Neto. Segundo ele, o grupo optou por esse tipo de treinamento porque precisava de resultados rápidos. “Tínhamos de trabalhar nossa capacidade de lidar com desafios”, justifica.
A idealizadora do programa foi Helena Ribeiro,
consultora da Razão Humana Consultoria, uma empresa de Campinas especializada em treinamento empresarial. “Passei muitos anos ministrando cursos em sala de aula para executivos. Muitos deles não aguentavam repetir todo o ano o mesmo estilo de programa, e por isso não se empenhavam tanto durante o treinamento.” Medos – Helena conta que escolheu os esportes de aventura para integrarem o programa pelo efeito que eles causam nas pessoas.
“A prática de atividades de esporte de aventura ajuda o indivíduo a superar seus limites”, diz. Além disso, ela afirma que procurou médicos para saber das limitações da atividade. “Não há limitação de peso ou idade.” Para criar o curso, a Consultora Helena Ribeiro admite que teve de vencer seus próprios medos.
“Não andava nem em montanha russa de parque de diversão”, conta Helena. Ela dividiu o programa em dois módulos. O primeiro, realizado em Campinas, consiste em passar por um treinamento com circuito de desafios. Nele, os empresários têm de atravessar um tronco se equilibrando. Ou escalar a “aranha”, uma rede colocada em posição vertical.
A finalização
é descendo a Pedra-Mor, que fica nas proximidades de Campinas, de 45 metros de altura. Segundo o presidente da Transforça, entre o módulo um e o dois do curso, já foi possível notar mudanças nos sócios. “As atitudes mudaram, e a equipe está mais unida na hora de enfrentar problemas.”
“Sempre tive medo do desconhecido, mas quando terminei o módulo um, achei que o dois ia ser moleza”, conta o diretor administrativo-financeiro da Transforça. José Inácio Ovigli, de 42 anos e “um pouco mais de cem quilos”.
Entretanto, ele admite que foi surpreendido pelos desafios do módulo dois. “Não imaginava que ia ser tão difícil”, admite. Apesar disso, Ovigli não se intimidou em nenhum obstáculo. “Achei que não ia conseguir”, relata. “Aprendi que não devemos temer o desconhecido, mas também não podemos menosprezá-lo.”
A aventura do grupo de empresários
que toparam participar do treinamento da Razão Humana, coordenado pela Jointware, começa ao chegar à pacata Fazenda das Palmeiras, nas proximidades de Brotas.
O ambiente tranqüilo e silencioso do lugar pode fazer pensar, no início, que a viagem é apenas um pretexto para um fim de semana de lazer. Engano. Nas primeiras horas da manhã, o grupo sai para o primeiro desafio: descer em um bote as corredeiras de Brotas. O chamado rafting empresarial. Visto customização especial para empresas.
O monitor Paolo Maschio, da Vida & Aventura – empresa contratada pela Razão Humana para acompanhar os empresários nas atividades – passa as instruções ao grupo. São divididos em equipes para cumprir algumas dinâmicas durante o percurso de bote.
Barras foram penduradas ao longo do Rio Jacaré-Pepira para estimular o trabalho em equipe, o sincronismo, a determinação diante dos desafios e a liderança. “Muitas vezes, o grupo acha que quem está comandando o bote não está fazendo o serviço direito. Então fazemos uma troca de funções”, explica Helena Ribeiro.
O instrutor Tomás Santo André, de 18 anos, improvisou para verificar a reação de liderança do grupo que monitorava. “Falei que estava passando mal, e imediatamente um deles ofereceu-se para comandar o bote”, conta. Logo depois, o instrutor contou a verdade, e todos voltaram a seus postos. Na lama – Depois de almoçar, já na fazenda, mais um desafio: atravessar um campo de provas, semelhante aos obstáculos em estilo de superação do módulo um.
A primeira tarefa
Era construir uma jangada e colocar dois integrantes da equipe sobre ela para atravessar um lago.
“Com isso, trabalhamos a estratégia dos participantes”, diz Helena Ribeiro. O desafio seguinte é atravessar uma pinguela – ou cair na água. Segundo Helena, esse é o momento para cada um testar seu equilíbrio, principalmente o interior. “É necessário concentração e determinação para vencer essa prova.”
O publicitário Luiz Nunes, de 48 anos, foi o único a não conseguir completar a prova. “Percebi que não ia dar e desisti antes de cair”, justificou ao grupo. No entanto, ele não se dá por vencido. “Vou repetir o módulo dois. Da próxima vez, eu passo”, garante. A prova-surpresa foi atravessar um poço de lama, coberto por uma grade. Na hora de comentar as experiências, após as atividades, uma ampulheta passa de mão em mão para que ninguém se estenda demais.
No entanto, o objeto acaba tornando-se apenas uma formalidade. Mesmo depois de toda a areia se esvair, a maioria das pessoas continua falando. À noite, para relaxar e aumentar a integração das equipes, ocorre uma cavalgada noturna, seguida por seresta em volta da fogueira.
Rapel
Depois de “sobreviver” a um dia como esse, os empresários têm algumas horas de descanso. Depois, têm de enfrentar seu maior desafio – descer uma cachoeira de 20 metros utilizando a técnica do rapel. “Quem ficar com medo, não precisa ir”, avisa Helena.
Mesmo assim, o grupo resolveu enfrentar a inexperiência e a falta de preparo físico não foi problemas, e todos passaram pela prova. “Sei que o rapel é radical, por isso só aqueles que já passaram pelo módulo um é que podem participar desse treinamento.” Segundo ela, o objetivo do rapel neste treinamento foi quebrar as barreiras psicológicas de cada um e superar os próprios limites.
Afinal, estes empresários tem como cliente a CPFL, sendo que trabalhar nas alturas e superar de medos precisa fazer parte do cotidiano deste time.
Mas aqueles que imaginam que a missão acabou por aí estão enganados.
Ainda tem o caminho de volta, pelo leito do rio, cercado por Mata Atlântica. Depois de vencerem a “missão”, o presidente João Batista da Transforça já avisa: Nosso time participará do módulo três! Ainda em fase de desenvolvimento pela Consultora Helena Ribeiro, sobre Análise Transacional na Liderança de Alta Performance.
“Gastando bem menos calorias, é claro” “Agora, vamos tentar obter também o ISO 9002.” (A.M.)
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